2006/12/19

E dura, e dura...

A história é do final de Outubro, mas até agora manteve-se desconhecida. Razão da discrição: um profundo embaraço para o ministro da Justiça. Alberto Costa e a sua equipa foram deixados a falar sozinhos pelo grupo parlamentar do PS quando o ministro e a sua equipa se deslocaram à Assembleia da República para preparar com deputados socialistas a discussão em comissão do Orçamento do Estado (sector da Justiça).

Diário de Notícias, via Notários Privados.
Alberto Costa continua a somar e seguir de desventuras na sua triste e patética carreira política. Desde os incidentes do passado, passando pelo triste mandato no governo Guterres, feito gato e sapato pelas polícias e em última hora afastado sem honra nem glória, somente para ser exumado posteriormente por Sócrates para servir o papel conveniente de subalterno do outro Costa, paradigma de uma subalternização do Ministério da Justiça ao da Administração Interna, o uso político de Alberto Costa continua a ser o de ser o repositório das hostilidades e dos anticorpos gerados pelas mudanças (cada vez mais tímidas em consequências) e pelos afrontamentos gerados dentro da sua casa, colocando-se a jeito da purga inevitável que o dispachará quando for útil sacrificar o cordeiro para bens maiores. Afinal, o papel de mau, que já foi útil à máquina de propaganda do governo quando foi preciso publicitar que se "afrontavam" os interesses instalados, já teve o seu uso, e as consequências (poucas, para além do interesse propagandístico cumprido) vão sendo sucessivamente metidas no baú do esquecimento.

Perdido o respeito da classe jurídica, perdido o respeito pelos colegas de governo, parece que agora nem o partido e os seus deputados já se coíbem de o desprezar em público, nas supostamente normais relações entre Assembleia da República e Governo.

Sendo a Justiça uma das competência primordias do estado, e vendo-se pelo dia-a-dia das coisas a falta que faz uma remodelação que a torne operativa, vejo com tristeza que competências importantes no âmbito desta sejam deste modo desbaratadas.

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